O acordeonista e cantor da CASACA DE COURO, Joaquim Antonio, e a cantora Lizete Feitosa, participaram da LIVE que discutiu a Caravana GONZAGÃO nas Escolas, no dia em que Rei do Baião completou 31 anos de sua partida.

Assim escreveu o professor Zezito Oliveira no Blog Ação Cultural:

“Nesse 02 de agosto de 2020, por intermédio da 14ª Live da Ação Cultural na quarentena, faremos memória da vida e do legado artistico e cultural de Luiz Gonzaga, cuja data de morte ocorreu nesse mesmo dia no ano de 1989.
Lembrar para que? Por que e por onde lembrar?
Para que não nos percamos ainda mais com relação àquilo que fomos, àquilo que somos. Afinal por mais que busquemos mudar o que não deu certo, o que representa ideias e atitudes de preconceitos e dominação, não é fácil, nem depende de nós tão somente, porque tem o aspecto econômico, a questão do acesso e qualidade do ensino público, as dificuldades de acesso aos bens artisticos e culturais.
E assim, através da memória, da arte e da cultura, precisamos encarar de forma coerente muito do passado que permanece em nós e que não queremos carregar pra sempre, assim como àquilo que tivemos no passado que nos faz bem, que nos faz crescer na direção de realização dos melhores sonhos coletivos que tiveram os que vieram antes de nós, assim como os sonhos que temos no tempo presente.
Por que e por onde lembrar? Porque é preciso acessar as fontes de conhecimento, inclusive as obras artisticas e culturais, que nos faz adentrar bem a fundo no modo de pensar e de ser, e isso de forma profunda, uma forma que toca bem dentro d’alma, na memória secular do cotidiano de quem veio antes de nós, cotidiano atravessado ao mesmo tempo por situações de submissão e conformismo, assim como por situações de lutas e de resistências.
E como obras artisticas e culturais podemos nos referir diretamente a lendas, mitos, folguedos populares, literatura, pintura, canções, cinema e etc., os/as quais nos oferecem muitas entradas para podermos encontrar respostas as nossas perguntas sobre como nos tornamos àquilo que somos, com tudo de positivo e negativo que temos. Assim como podem nos oferecer saídas para pudermos superar nossos fantasmas e dramas que nos perseguem desde o nascimento como sujeitos individuais e como brasileiros de uma maneira em geral.
Por isso, lembrar Luiz Gonzaga não deveria ficar como plano secundário, como algo acessório, como algo a ser feito na base do “se sobrar tempo e recursos financeiros…..”

Porque a música de Luiz Gonzaga traz consigo uma multidão de gentes com seus valores, costumes e tradições, fora as paisagens, principalmente a do sertão , assim como acontecimentos politicos e econômicos que preenchem 100 anos Brasil. De fins do século XIX até quase o final do século XX.

Não fosse isso, penso que o Brasil certamente não chegaria ao ponto que chegou e mesmo assim, caso tivesse chegado, poderia estar com mais chances de superar em menos tempo.
E para concluir, por ora, a convicção de que vacila, dá bobeira, os brasileiros que não consideram a importância da arte e da cultura como memória, fundamento e fundação de construção do presente e como projeção de futuro.
Nesse domingo, 02 de agosto de 2020,  também lembraremos o professor José Augusto, curador da Caravana Luiz Gonzaga Vai à Escola e que faleceu em 08 de outubro de 2015.
Uma pessoa que teve a mesma visão que compartilhamos acima.
E além de Luiz Gonzaga,  quais são os  mestres da cultura popular, escritores, intelectuais e artistas que  precisamos lembrar mais?

E isso não apenas por eles, mas também por nós.

Zezito de Oliveira”

Link da LIVE: AÇÃO CULTURAL
ASCON CASACA DE COURO